
O litoral norte de São Paulo tem registrado a presença de pinguins-de-magalhães desde maio. De acordo com o Instituto Argonauta para Conservação Costeira e Marinha, 43 pinguins juvenis da espécie foram encontrados na região até o momento. Desses, 19 estavam mortos e 24 foram resgatados vivos. Atualmente, 11 pinguins seguem em processo de reabilitação na Unidade de Estabilização de São Sebastião e no Centro de Reabilitação e Despetrolização de Ubatuba.
A instituição destaca a importância de a população acionar o resgate caso encontre um desses animais na praia. O contato pode ser feito pelo telefone 0800 642 3341, do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS). A presença de pinguins-de-magalhães é comum na região nesta época do ano. A espécie migra durante o outono e inverno, partindo das águas da Patagônia Argentina em direção ao sudeste brasileiro em busca de alimento e correntes mais quentes.
Durante essa jornada de mais de 8 mil quilômetros, alguns pinguins, especialmente os mais jovens, se perdem do bando e da corrente marítima, chegando às praias do litoral norte paulista. No ano passado, 426 pinguins foram encontrados na região entre maio e julho, o que indica que muitos outros ainda devem aparecer este ano. A bióloga Carla Beatriz Barbosa, coordenadora regional do PMP-BS trecho 10, informa que, desde 1996, cerca de três mil pinguins foram resgatados.
Além dos pinguins, quatro baleias-jubarte foram encontradas mortas no litoral norte paulista nas últimas semanas. O levantamento foi realizado pelo Instituto Argonauta nesta quinta-feira (11/7). Com esses casos, são seis ocorrências nos últimos meses na região.
Em São Sebastião, foram encontradas três baleias nas praias de Guaecá, Boraceia e Paúba. Em Ubatuba, pescadores avistaram a quarta baleia na praia de Pinciguaba. De acordo com o instituto, não foi possível identificar a causa da morte das baleias devido ao estado de decomposição em que se encontravam. A mortalidade dos animais pode estar associada a várias causas, como falta de alimento, doenças, interação acidental com a pesca ou colisão com embarcações.
As baleias-jubarte podem chegar a 16 metros de comprimento e mais de 30 toneladas. Estima-se que a população de jubartes brasileiras seja de aproximadamente 20 mil, segundo dados de censos aéreos realizados pelo Projeto Baleia Jubarte. A migração das baleias-jubarte é anual e tem sentidos diferentes a depender da época do ano. No outono e no inverno, elas percorrem a costa brasileira no sentido Sul-Nordeste para se reproduzir e dar à luz aos filhotes. Já no verão, elas migram para os mares antárticos para se alimentarem.
O Instituto Argonauta recomenda à população que, ao encontrar um pinguim, não toque no animal e mantenha distância para evitar estresse ou ferimentos adicionais. Mesmo se estiver morto, a carcaça não deve ser manuseada. O contato imediato com o PMP-BS/Instituto Argonauta deve ser feito pelo telefone 0800 642 3341. Além disso, se possível, deve-se improvisar uma sombra e afastar animais domésticos para manter o pinguim seguro até a chegada da equipe especializada.