
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção, Mobiliário e Montagem Industrial de São José dos Campos e Litoral Norte questionou, nesta terça-feira (11), as condições de segurança da obra da Sabesp, onde dois trabalhadores morreram soterrados em Ubatuba.
As vítimas, Emerson Fernandes de Godoy, de 39 anos, e Nicolas Santos Ferreira, de 24 anos, eram contratados por empresas terceirizadas que atuavam no sistema de esgotamento sanitário no bairro Itamambuca. O acidente ocorreu quando os funcionários estavam dentro de uma escavação, momento em que o solo cedeu e os soterraram. De acordo com informações do sindicato, um terceiro trabalhador teria se recusado a entrar no buraco, enquanto os outros dois, sob possível pressão hierárquica, acabaram cedendo.
"Uma máquina fez a escavação, e, dentro desse buraco, deveria haver uma proteção de ferro antes que os funcionários entrassem. Infelizmente, dois deles entraram e não conseguiram sair a tempo", afirmou o diretor sindical Reginaldo Garcia, em entrevista ao G1.
Investigação e posicionamento da Sabesp
A Polícia Civil realizou perícia no local e abriu inquérito para apurar as causas do acidente. De acordo com o boletim de ocorrência, havia uma gaiola de proteção, equipamento de segurança usado para evitar desmoronamentos em escavações profundas, mas ela não estava sendo utilizada no momento do acidente.
A Sabesp, em nota oficial, lamentou as mortes e afirmou que está apurando as circunstâncias da tragédia junto ao consórcio responsável pela obra. "Assim que tomou conhecimento do ocorrido, a Sabesp iniciou a apuração sobre as causas da tragédia junto ao consórcio responsável pela obra. É uma premissa fundamental da empresa garantir a segurança de trabalhadores em obras contratadas pela Companhia e, tão logo as causas sejam esclarecidas, tomará as medidas cabíveis", declarou a estatal.
Sindicato pede maior fiscalização em obras
O sindicato ressaltou que o acidente reforça a necessidade de maior fiscalização nas condições de trabalho em obras terceirizadas, especialmente em escavações. Segundo especialistas em segurança do trabalho, esse tipo de atividade exige estruturas de contenção adequadas para evitar soterramentos, além do uso rigoroso de equipamentos de proteção individual e coletiva. O caso segue sob investigação da Polícia Civil e da Sabesp.
Fonte: G1/ Rádio Costa Azul