
O mercado automotivo global enfrenta um desafio crucial com a rápida desvalorização dos carros elétricos. Ao contrário dos imóveis, que geralmente se valorizam, os veículos elétricos perdem valor em um ritmo alarmante.
Uma pesquisa recente nos Estados Unidos revelou que um carro elétrico pode perder quase 60% de seu valor em apenas cinco anos. Este fenômeno levanta sérias questões sobre a viabilidade econômica a longo prazo desses veículos, que muitos veem como o futuro da mobilidade.
De acordo com um estudo da iSeeCars, a depreciação dos veículos elétricos é mais acentuada do que a de outros tipos de veículos. Enquanto um carro híbrido pode perder cerca de 40% de seu valor em cinco anos, a média de desvalorização para os elétricos chega a 45,6%. A pesquisa analisou mais de 800 mil veículos usados vendidos entre março de 2024 e fevereiro de 2025, sublinhando a importância de considerar a depreciação ao adquirir um carro novo.
Vários fatores contribuem para essa depreciação acelerada. A constante evolução tecnológica é um dos principais, com novos modelos oferecendo melhorias significativas em autonomia e eficiência, o que torna os modelos mais antigos menos atraentes. Além disso, a infraestrutura de recarga ainda é limitada em muitas regiões, o que desestimula a compra de elétricos usados.
Outro fator importante é o custo de manutenção. Embora os carros elétricos tenham menos peças móveis do que os veículos a combustão, os reparos podem ser caros, especialmente no que se refere às baterias. A escassez de técnicos especializados também agrava esse problema.

Alguns modelos sofrem mais com a desvalorização. A pesquisa da iSeeCars listou os nove modelos que mais perdem valor em cinco anos, incluindo o Jaguar I-Pace (com uma depreciação de 72,2%), o Tesla Model S (65,2%) e o Nissan Leaf (64,1%). Problemas como baixa fidelidade à marca, acesso limitado à rede de recarga, preços elevados e atualizações tecnológicas constantes contribuem para essa queda.
O futuro dos carros elétricos e sua desvalorização dependem de avanços tecnológicos, expansão da infraestrutura de recarga e políticas governamentais de incentivo. Com o desenvolvimento de baterias mais acessíveis e eficientes, espera-se que a depreciação desses veículos diminua. A crescente conscientização ambiental também pode impulsionar a demanda, estabilizando seus valores de revenda.
A depreciação dos carros elétricos é um desafio significativo, mas não insuperável. Com investimentos contínuos em tecnologia e infraestrutura, o mercado pode se adaptar e oferecer soluções que tornem os veículos elétricos uma opção mais viável e atraente para os consumidores.
*Reportagem produzida com auxílio de IA