
A rápida evolução da inteligência artificial e a crescente automação nas indústrias globais levantam questões cruciais sobre o futuro do trabalho. Em um debate recente no programa Stock Pickers, Artur Wichmann, CIO da XP, discutiu os desafios e as possíveis soluções para o desemprego tecnológico que se avizinha.
Wichmann compartilhou sua experiência ao visitar uma das maiores fábricas de papel do mundo na Áustria, onde a ausência de trabalhadores humanos foi notável. A fábrica, totalmente automatizada, exemplifica a tendência de automação que está transformando o cenário industrial global.
A discussão no Stock Pickers abordou a distinção entre empregos facilmente automatizáveis e aqueles que exigem interação humana e empatia. Enquanto tarefas cognitivas e repetitivas, como as realizadas por radiologistas e contadores, enfrentam uma demanda decrescente, o setor de serviços, que depende da interação humana, mostra um potencial de crescimento contínuo.
"Um robô pode substituir um radiologista, mas não um cuidador de idosos." afirmou Wichmann.
Ao ser questionado sobre a iniciativa de Donaldo Trump de trazer fábricas de volta aos Estados Unidos, Wichmann criticou a ideia de reindustrialização baseada em modelos tradicionais. Ele argumentou que os recursos devem ser direcionados para setores onde o trabalho humano é indispensável, dada a limitação dos recursos energéticos.
"Não faz sentido trazer uma fábrica de camiseta branca para os Estados Unidos" afirmou.
Wichmann enfatizou a importância de preparar a população para os novos tipos de trabalho que surgirão. Ele alertou para a urgência de reformular os sistemas educacionais para garantir que as futuras gerações estejam equipadas para enfrentar os desafios do mercado de trabalho em constante transformação. A falha em adaptar a educação às necessidades do futuro pode comprometer toda uma geração.
"A gente precisa resolver um problema como sociedade: quais serão os empregos do futuro?" questionou Wichmann.
Com a estimativa de que 3 bilhões de pessoas passarão por sistemas formais de educação até 2040, Wichmann destacou a necessidade de repensar o que será ensinado para aqueles que ingressarão no mercado de trabalho nas próximas décadas. A história mostra que a humanidade já passou por transformações semelhantes, substituindo o trabalho agrícola pelo industrial e, posteriormente, pelo setor de serviços. A expectativa é que novas atividades e oportunidades continuem a surgir.
*Reportagem produzida com auxílio de IA