Entre idas e vindas dos governos Estadual e Municipal, Ubatuba tem sábado de superlotação, em pena fase laranja e há dois dias da entrada oficial da fase vermelha do Plano São Paulo.
Apesar de ser difícil afirmar as causas exatas, é possível entender que a ida para a fase vermelha a partir de segunda-feira e o feriado pelo aniversário da cidade de São Paulo, também na segunda-feira, dia 25, podem ser os grandes responsáveis pelas estradas congestionadas e praias lotadas.
Desde a noite de sexta-feira, o trânsito pelas estradas que dão acesso ao litoral paulista é muito acima da média.
Quem trafegou pela rodovia Oswaldo Cruz, na noite de ontem ou pela manhã de hoje, pode constatar um trânsito congestionado e o aumento significativo do tempo de viagem entre as idades de Taubaté e Ubatuba.
Agora pela manhã, a chegada a Ubatuba pela chamada SP 125 provocou congestionamento também pela rodovia Rio Santos, na rotatória de entrada da cidade, por conta dos carros que se dirigiam às praias da região norte da cidade.
Enquanto Estado e Município decidem como será o chamado “lockdown” na segunda-feira, que deve ser definido a partir de decretos a serem definidos entre hoje e amanhã pelas duas esferas de governo, os turistas invadem as praias, possivelmente preocupado com o fato de não contarem com a cidade aberta pelos próximos 15 dias, a contar a partir de segunda-feira, dia 25.
Outro ponto a se considerar para entender esse fluxo absurdo na cidade em plena pandemia é o feriado de 25 de janeiro, aniversário da cidade de São Paulo.
Quem assistiu aos programas de TV na noite de sexta-feira pode observar a saída de milhares de carros da capital rumo ao litoral e ao interior.
Além da falta de uma ação coordenada entre os governos, um trabalho conjunto de orientação e, principalmente, conscientização, se juntam a esses fatores o individualismo, o egoísmo e a falta de empatia do brasileiro que, mesmo diante de mais de 215 mil mortes, ignora os números e acha que está em férias ou em período de festas.
Mais do que isso, com tais comportamentos cada um desses milhares de cidadãos que invadiram as praias paulistas podem estar dando um passo importante para promover o colapso do sistema de saúde de suas cidades, quando retornarem, assim como o colapso do sistema já precário de saúde de Ubatuba.
Esse modelo de fase laranja com vermelha, já deveria ter sido adotada pelo município, desde o dia primeiro de janeiro, sem levar em consideração o lado político para tomar essa decisão. O poder público em consonância com todos os segmentos envolvidos, deveriam chegar num consenso que fosse bom para todos, com o objetivo de poupar vidas.
Não temos mais disponibilidade de UTIs, nenhuma ação foi tomada pelo menos para ter leitos de enfermaria com respiradores, vai ser fácil justificar que nenhum outro município, também não tem disponibilidade, enquanto pessoas humildes podem morrer nos corredores da Santa Casa.
Todos precisam trabalhar, mas para trabalhar é preciso estar vivo.